O tema em cima era a compra do Twitter por Elon Musk. Gustavo Cardoso, professor do ISCTE, explicou a Paulo Baldaia, no podcast “Expresso da Manhã”, dia 27 de abril, que esta notícia remete para um problema maior relacionado com a necessidade de regulação das redes sociais. O importante é colocar a questão: as redes sociais devem ser reguladas como o jornalismo ou como outros bens, água ou eletricidade? https://expresso.pt/podcasts/expresso-da-manha/2022-04-27-Expresso-da-Manha-para-que-e-que-Elon-Musk-quer-o-Twitter–ffff51d6.
“Afinal, a comunicação e estas formas de comunicação em particular, devem ser encaradas como o ar que respiramos? E, se sim, como devem ser reguladas?”, continuou a questionar. O coordenador do Iberifier, Gustavo Cardoso, defende que as regras devem ser as mesmas para o domínio “off line” e “online”, embora reconheça que na questão da aplicabilidade possa haver diferenças: uma coisa é falar de gatinhos e outra de um ataque ao Capitólio. Ainda não existe um modelo de regulação para lidar com as redes sociais e com a desinformação, o único mecanismo que tem existido é aplicar multas, sublinha.
Portanto, na sua perspetiva, colocar limites faz sentido, embora lhe custe perceber que esses limites sejam colocados “ad hoc”, em função das circunstâncias, como aconteceu com o bloqueio dos canais russos na Europa.
O investigador do ISCTE lembra ainda que a mundo da comunicação continua a gerar dinheiro e poder, e que na nossa época, a época da mediação, são estas as tecnologias mais procuradas. A cobiça pelos meios de comunicação continua a ser relevante para os empresários. “Depois de comprar tudo, só falta comprar ideias”, disse.