Fazer literacia dos média apoiando professores e a partir da participação da comunidade escolar

Os professores começam por oferecer resistência às iniciativas de literacia por causa de duas razões: primeiro, temem que as lições interferiram no programa e no encadeamento das matérias planeadas; segundo, receiam não ter conhecimentos suficientes na área tecnológica, explicou Vítor Tomé, na conferência “MLA4MediaLit Conference on Teacher Education in Digital and Media Literacy”, dia 19 de outubro.

A primeira resistência acontece porque, quando lhes são apresentadas estas formações, o ano letivo já arrancou, explicou Vítor Tomé, investigador do CIES-ISCTE e membro da equipa IBERIFIER. Quando se esclarece que as atividades se integram nos programas, o problema desaparece. Aos formadores que têm sido treinados para preparar os docentes para as atividades de literacia cabe, aliás, acompanhar todo o processo de desenvolvimento dos projetos a concretizar nas escolas.

O outro obstáculo também é ultrapassado quando se lhes explica que uma atividade de literacia dos média não tem de ser necessariamente um projeto de fôlego no qual não se sintam confortáveis. O mais importante, explica o investigador, que, desde 2007, se tem dedicado intensivamente a este domínio de investigação e à formação no terreno, é ensiná-los a desenvolver experiências que tanto podem ser mais tradicionais como inovadoras em termos tecnológicos, que possam envolver as crianças mas também a restante comunidade escolar.

O envolvimento da comunidade escolar, pais, profissionais que se relacionam com a escola, é, no entender de Vítor Tomé, a peça chave para o sucesso destas ações.

Nesta conferência que decorreu em modelo online, Vítor Tomé apresentou algumas das experiências realizadas nas escolas, desde a criação de um projeto de uma escola ideal ou a projeção de uma zona circundante mais adequada ao à segurança diária dos estudantes. Vítor Tomé faz ainda um balanço do que têm sido as formações administradas junto dos professores portugueses. https://player.vimeo.com/video/764591135?dnt=1&app_id=122963

Neste painel participaram ainda Ricardo Castellini da Silva, da Universidade de Dublin; Stephanie de Clercq, da parte do Ministério da Educação e Formação, da Bélgica; e Divina Frau-Meigs, professora de Sociologia da Nova Sorbonne.

Otros artículos

Livro “O direito de não ser desinformado” foi apresentado na Feira do Livro de Lisboa

A obra "O Direito de não ser desinformado", que reúne várias análises sobre o ecossistema mediático, desinformação e literacia, foi lançado na Feira do Livro de Lisboa, dia 20 de junho. A ocasião contou...

Portugal and Spain, the EU countries most concerned about disinformation, according to the Digital News Report 2025

Portugal and Spain are the two European Union countries where citizens express the greatest concern about disinformation, according to the national editions of the Digital News Report 2025, produced respectively by OberCom and the...

Agreement signed to boost media literacy in Navarra’s education system

The Government of Navarra and the University of Navarra, through the IBERIFIER observatory, have signed a collaboration agreement to combat disinformation and promote media literacy in the region’s education system. The initiative, presented on...

Conferência EMMA: IA facilita o trabalho aos jornalistas e ajuda na verificação

Miguel Crespo, director do Cenjor, e investigador do IBERIFIER, apresentou um estudo sobre a relação dos jornalistas com a Inteligência Artificial, IA, durante o encontro da European Media Management Association, EMMA, que decorreu em...

Geração Z e desinformação: “Informo-me nas redes sociais mas a partir das notícias dos jornais”

Um dos alunos de Comunicação Social que participou no Webinar "Conteúdos Manipulados? Tenta outra geração" explicou que quando se informa através das redes sociais prefere as páginas dos jornais, e, acrescenta, sempre que pretende...