O ano de 2022 foi ao ano do desaparecimento das oposições do espaço mediático, disse Gustavo Cardoso, coordenador do Observatório IBERIFIER no programa “Espaço das 10”, da Antena 1, transmitido no dia 26 de dezembro. Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, e António Costa, primeiro-ministro, “ocupam o espaço, e nós também contribuímos para isso porque comentamos sistematicamente o que dizem, e o que vem das oposições não é suficientemente forte para ocupar esse espaço mediático”. Gustavo Cardoso destacou ainda a solidão de Marcelo em Belém.
“A sensação que dá, e é o que a prática está a mostrar, é que Marcelo é um homem sozinho em Belém. Tem os afetos dos povo, mas está sozinho em Belém”. Explicou: “Tem os colaboradores e os seus consultores mas ou não os ouve ou eles não se podem fazer ouvir”.
O programa conduzido pela jornalista Natália Carvalho, e que se propunha revisitar o ano político, contou ainda com a participação de Raul Vaz, comentador residente da estação de rádio e de Hugo Gilberto, editor adjunto da informação da RTP. A emissão transmitiu uma peça que lembra os principais “Sons do ano”, editada pela jornalista Rita Colaço. https://www.rtp.pt/play/p517/e661071/espaco-das-10?fbclid=IwAR1Bq97rX6pImlqnNso0ahNIPQ9tn_812vCx50dKz9r169l9KjiP6N8cGwI
No entender de Hugo Gilberto, “este ano político é muito marcado pela comunicação”. O jornalista destacou os casos e casinhos que marcaram o ano e mencionou “o caso Pedro Nuno Santos e eventualmente o caso Miguel Alves”. Hugo Gilberto classificou Marcelo Rebelo de Sousa como um “pop star” da política mas chamou a atenção para o facto de Marcelo estar a ter um papel no travar do populismo. Cardoso completou a ideia: “Marcelo é um comunicador populista mas não tem um conteúdo populista”.
Raul Vaz lembrou o contexto das eleições de janeiro passado e começou por recordar que a “a maioria absoluta de António Costa foi absolutamente notável”.