Vítor Tomé, um dos investigadores da equipa IBERIFIER, explicou que os adolescentes e jovens têm uma relação de grande proximidade com os média, e que é comum mostrarem muito interesse em querer fazer programas, trabalhar conteúdos. Desde logo, destaca, “hoje os média estão no bolso dos jovens, seja rádio, televisão, sejam outros, jornais e revistas”. A declaração foi proferida no programa “Em nome do ouvinte”, da Antena 1, conduzido por Ana Isabel Reis, que foi para o ar dia 10 de fevereiro, por ocasião do Dia Mundial da Rádio .
Tendo em conta os estudos que contemplam jovens a partir dos 15 anos, mais de 50% dizem ouvir rádio com frequência. “Mesmo que seja a rádio do carro, que ouvem no caminho para a escola. Mas este dado revela também que houve um consumo anterior. Não é só aos 15 anos”. E, das visitas que tem realizado às escolas no âmbito dos seus académicos, é fácil notar, conta, que “eles querem produzir áudio; muitas vezes não sabem fazer, mas seria importante dar-lhes esse conhecimento, para fazerem bem, para produzir algo que possa ser consumido”. Vítor Tomé, investigador do CIES- ISCTE, tem desenvolvido vários projetos no campo da literacia mediática em escolas localizadas em vários pontos do país.
Iolanda Ferreira, coordenadora da rádio ZigZag, da estação pública, faz notar que os jovens ouvintes da atualidade não estão habituados a esperar e que preferem a radio “on demand”. Um estudo que recolheu dados da audiência da rádio que dirige, entre abril e dezembro de 2022, conseguiu detectar, por exemplo, que as crianças e adolescentes – a rádio destina-se aos mais pequenos, entre os cinco e os nove anos – ouvem rádio sobretudo através do computador. “Houve 22 mil escutas através do computador e depois um terço distribuído pelos telefones e outros”.
O programa completo está disponível em: https://www.rtp.pt/play/p11100/e671899/em-nome-do-ouvinte-o-programa-da-provedora-do-ouvinte-vii-serie