Vítor Tomé, perito internacional em Educação para a Cidadania Digital do Conselho Digital, e membro da equipa IBERIFIER, explicou em entrevista ao jornal Público os resultados da experiência de literacia mediática desenvolvida por si numa escola em Caneças, Odivelas. “As crianças perceberam como é que os media funcionam e como é que podem usá-los para intervir”, disse. O artigo foi publicado a 4 de dezembro. https://www.publico.pt/publico-na-escola/artigo/nao-conseguimos-distinguir-noticia-publicidade-mascara-2072522
A propósito da importância de jornais escolares, Vítor Tomé (foto de Daniel Rocha/Público) deu um exemplo concreto. “Em Caneças, uma das coisas que fizemos foi estudar segurança rodoviária. E, depois, os alunos saíram da escola com o professor e vieram cá para fora ver se aquilo que tinham estudado existia. Quando perceberam que não, fizeram uma maquete, explicaram onde é que devia haver passadeiras, semáforos, bancos. Chamaram o presidente da junta, escreveram uma carta ao presidente da câmara, enviaram cópia da maquete, colocaram o vídeo online, e explicaram que queriam aquilo arranjado”.
Vítor Tomé faz também um balanço positivo sobre o que tem sido a introdução da literacia mediática das escolas, embora reconheça que há ainda muito por fazer. “Do ponto de vista legislativo, estamos bem. Temos uma política que defende a literacia mediática”, afirmou. “Podia ser mais forte nas escolas, podia ter uma disciplina específica, mas a verdade é que está nas nossas escolas. Do ponto de vista político, penso que estamos a trilhar caminho. Está em curso o Plano Nacional de Literacia Mediática”. No terreno, porém, “precisamos de aumentar os níveis de literacia mediática dos cidadãos”.