O projeto Iberifier juntou os principais investigadores na capital espanhola, durante os dias 15 e 16 de fevereiro, com o objetivo de fechar a primeira parte dos trabalhos, decorridos nos últimos três anos. Ramón Salaverría, professor catedrático da Universidade de Navarra, e coordenador do consórcio ibérico, referiu que foram realizados mais de 15 relatórios sobre desinformação e estudos de media digitais, 58 artigos científicos da autoria dos investigadores e mais de 4500 verificações dos parceiros. Gustavo Cardoso, professor catedrático do ISCTE – IUL, responsável pela equipa portuguesa, sublinhou, na conferência de 16 de fevereiro, que a grande vantagem do consórcio é articular organismos com várias valências. “A diversidade tem sido a nossa força”. O IBERIFIER reúne investigadores ligados à academia de diferentes áreas mas também verificadores das principais plataformas ativas em Portugal e Espanha, do Polígrafo à Maldita.
Na “Asocioción de la Prensa de Madrid”, onde decorreu a conferência dia 16, Ramón Salaverría anunciou a continuidade do projeto, por outros três anos, com um financiamento adicional de 1,27 milhões de euros. Nesta nova fase, o observatório vai remodelar a designação e passar a chamar-se Observatório Ibérico de Média Digitais, mantendo a sigla IBERIFIER. na nova fase do consórcio, este contará com novos parceiros: o verificador espanhol Newtral, o Instituto Politécnico de Viseu e o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, LIP-
Gustavo Cardoso aproveitou para analisar o fenómeno da desinformação, integrando-o na teia dos problemas relacionados com a percepção da autenticidade demonstrada pelos cidadãos na atualidade. “Afinal, de que autenticidade falamos hoje?”, questionou, dirigindo-se para a plateia. Paula Gori, coordenadora do Observatório Europeu de Média Digitais, EDMO, sublinhou que a desinformação não tem fronteiras e que é um fenómeno global, mas que o elemento local tem um papel chave e não pode ser desvalorizado.
Sérgio Hernandez, da EFE Verifica, defendeu que a informação de qualidade devia ser uma preocupação dos Estados e que a qualidade da informação devia estar no grupo das categorias que temos de proteger, como a Saúde e a Educação.
Os relatórios produzidos pelos investigadores Iberifier permitiram analisar o fenómeno a partir de diferentes perspectivas, dos padrões de consumo de desinformação na sociedade ibérica ao impacto das incorreções e falsidades na sociedade e política. https://iberifier.eu/resultados/