Miguel Crespo explicou aos bibliotecários portugueses como funcionam as principais aplicações de Inteligência Artificial, IA, quais as vantagens e fragilidades de cada uma delas, que desafios está a colocar às diferentes gerações e como os estudos científicos identificam problemas e auxiliam na construção de um bom “prompt”.
A apresentação do director do Centro Protocolar e Formação Profissional para Jornalistas, Cenjor, e investigador do IBERIFIER foi realizada no dia 30 de junho, a convite dos responsáveis pela Divisão de Bibliotecas e Documentação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa.
Miguel Crespo começou por alertar para a mudança de comportamentos: “A forma como procuramos respostas na internet e executamos tarefas diárias mudou radicalmente com a evolução das inteligências artificiais”. Apresentou as funcionalidades do ChatGPT, do Claude, do Gemini, do Copilot, do Perplexity; abordou as principais resistências, de ordem cultural e ético, aos desafios geracionais: os mais velhos desconfiam das práticas mais tecnológicas que não pressuponham mediação humana e os mais novos preferem notícias escolhidas por algoritmos e apreciam a personalização.
Um dos primeiros relatórios sobre a implementação da IA nas redações (Becket, 2019), citou o investigador, conclui que os jornalistas estão a usar IA e os algoritmos em três áreas principais: recolha de informação, produção e distribuição de noticias. Um relatório recente do IBERIFIER (2025) indica que a IA é uma das preocupações dos responsáveis editoriais para o futuro próximo do jornalismo, lembrou Miguel Crespo, que concluiu: “A IA não veio substituir o ser humano mas amplia as nossas capacidades”.
Entre as sugestões para criar boas “prompts”, fazer bons pedidos a estas ferramentas, destaca a necessidade de um discurso claro, preciso e contextualizado.