A imitação do grafismo do jornal Público e da Rádio Renascença em várias peças publicadas em contas do Chega deve ter consequências, defende Miguel Crespo, investigador do IBERIFIER. Numa peça publicada pelo jornal Público a 17 de agosto, Miguel Crespo explica: “Ninguém pode publicar conteúdos enganadores sem sanção”, defende Miguel Crespo. O primeiro passo pressupõe a apresentação de uma queixa na ERC, refere ainda.
Deveria ser feita uma queixa por abuso e tentativa de manipulação, e, mesmo sem queixa, a queixa deveria ser feita de imediato por abuso e tentativa de manipulação quando este meio publica conteúdo enganoso, afirma Miguel Crespo ao Público. “E, mesmo sem queixa, a ERC deveria tomar a iniciativa de agir, pois é esse o papel de um regulador — garantir que no sector que regula se cumprem as leis”.
Desde junho que circulam peças com o “layout” do jornal Público e da Rádio Renascença com conteúdos originários de um dos meios de comunicação do partido Chega. Uma delas tinha como título: “Ventura diz que fogos vão parar quando não houver um incendiário em liberdade”.
No dia 18 de agosto, Miguel Crespo explicou à CNN Portugal, que o que está em causa é a tentativa de manipular a partir da imagem de terceiros e chama atenção para um paradoxo: “estão sempre a criticar os meios de comunicação, dizendo que não são credíveis, mas depois aproveitam-se das suas imagens para divulgar a suas mensagens falsas”. O jornalista Paulo Pena, que já elaborou um conjunto de reportagens sobre “fake news”, lembrou que este estratagema já foi usado em muitos locais do globo. O que fazem é aproveitar a credibilidade destes meios para difundir os seus conteúdos manipulados.https://cnnportugal.iol.pt/videos/chega-clona-jornais-para-partilhar-informacao-falsa-nas-redes-sociais-e-uma-tatica-para-manipular/64dfa2820cf2ebafa99b1cb1