Gustavo Cardoso analisa a questão da desintermediação jornalística, que se está a concretizar pela utilização dos políticos das redes sociais para comunicar, sem recorrer aos jornalistas. “Os políticos procuram cada vez mais a desintermediação jornalística”, afirma o responsável pelo Observatório Ibérico de Media Digitais e desinformação, IBERIFIER no podcast “O futuro do futuro”, do Expresso, que estreou a 4 de agosto. Este é um dos temas do programa: https://expresso.pt/podcasts/o-futuro-do-futuro/2023-07-25-Gustavo-Cardoso-Elon-Musk-esta-a-tentar-perceber-como-e-que-faz-dinheiro-com-o-Twitter.-Ele-e-um-exemplo-do-capitalismo-comunicacional-433ab59d
Essa desintermediação acontece não exclusivamente na esfera da comunicação das redes sociais, explica Gustavo Cardoso, professor catedrático do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, onde coordena o doutoramento em Ciências da Comunicação. Quando o político usa a televisão como apoio de microfone, para dizer o que bem entende, e não como meio privilegiado para a realização de perguntas, também ocorre um fenómeno de desintermediação. Neste caso, apesar da presença do jornalistas, também estamos diante de algo semelhante, considera.
Gustavo Cardoso evoca ainda o exemplo de uma notícia para foi para ar baseada exclusivamente em comunicações proferidas através das redes sociais e alerta para o papel da partilha dos conteúdos. Mesmo que alguns atores políticos não sejam dinâmicos nas redes sociais, há outros que partilham essas mensagens por si, surtindo o mesmo efeito.