O documento sobre “as tendências e inovação dos média no ecossistema português e espanhol”, produzido pelo IBERIFIER e publicado no dia 10 de janeiro, aponta, além de tendências, alguns desafios à atividade jornalística. Um deles é a necessidade de o jornalismo se diferenciar de outros conteúdos e de demonstrar um maior rigor ético.
Neste campo de trabalho, “a corresponsabilização das plataformas será fundamental, bem como lutar contra a quebra de confiança nas instituições e os riscos de desordens desinformativas”, pode ler-se no relatório “Análise das tendências e inovação no ecossistema mediático de Espanha e Portugal”, que está disponibilizado em três línguas: inglês, português e castelhano e que pode ser consultado aqui: https://iberifier.eu/2024/01/10/iberifier-reports-analysis-of-trends-and-innovations-in-the-media-ecosystem-in-spain-and-portugal-2025-2030/
No que se refere a principais oportunidades na área da verificação, aponta-se o desenvolvimento de programas eficazes de literacia dos media e a eventual regulação das plataformas, a um nível macro. Em termos específicos, será possível o desenvolvimento da verificação de factos, de ferramentas de verificação com IA, e a integração da verificação e o reforço das boas práticas no jornalismo.
Nesta fase de grande hibridização de conteúdos, os peritos consideram que “os media terão de lutar mais para conservar e conquistar audiências”. Nesse sentido, os especialistas recomendam uma utilização diversificada de meios de comunicação para aproximar os conteúdos dos diferentes tipos de público.
No concreto, a tendência de informação em formato vertical e em vídeo a pensar em aparelhos pequenos como telemóveis é uma tendência que vai continuar até 2030. Um dos professores de jornalismo ouvidos em entrevista conta que os alunos preferiram a explicação de uma matéria através de um vídeo que tinha realizado durante a pandemia às suas explicações presenciais em aula, testemunhando a importância do vídeo para as novas gerações.
Este projeto foi produzido por uma equipa de 11 investigadores de Portugal e Espanha, e gerido pelo Observatório de Comunicação, OberCom, parceiro do IBERIFIER, para a parte portuguesa. Ao nível metodológico contou com duas fases: na primeira entrevistaram-se cerca de 70 académicos e especialistas de média e na segunda, através de inquérito, recolheu-se as posições de uma centena de gestores e diretores de média dos dois países.