Televisão: Qual será o lugar das emoções na política?

“Os cidadãos criticam os políticos por estarem fora da realidade mas as emoções fazem parte da realidade”, referiu Miguel Crespo, no programa “Linha da Frente”, intitulado “Os políticos também dançam”, transmitido em horário nobre na estação pública RTP, dia 5 de janeiro. O investigador e coordenador do IBERIFIER apontava esta incoerência por causa da avalanche de críticas de que foi alvo Sanna Marin, primeira-ministra finlandesa, protagonista de um vídeo polémico, no qual surgia a dançar entre amigos.

Outro aspeto diferenciador é o fato de se tratar de um homem ou uma mulher a mostrar vulnerabilidade nos média. “Associa-se o chorar e o emocionar a uma característica feminina”, disse. “Se uma mulher chora é porque é mulher, se é um homem é porque é um fraco”. Aliás, regra geral, sublinhou ainda: “os políticos esquecem-se que são pessoas e as pessoas que políticos são pessoas”.

O programa partiu do vídeo com a governante finlandesa que se tornou viral mas também analisa vários outros casos internacionais e nacionais, como o acontecimento de a líder europeia Ursula von der Leyen ter sido relegada para um sofá na recepção pelo presidente turco, enquanto o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, ocupou a cadeira com destaque; e o choro de da ex-ministra Marta Temido.

O afastamento dos jovens da política, segundo um dos jovens ouvidos no programa, Rodrigo, 17 anos, estudante de Ciências Políticas, deve-se fundamentalmente à “padronização da política” e “à falta de ideias novas”. O estudante defende que os políticos devem mostrar-se como pessoas. Rodrigo planeia criar um partido novo.

Participaram ainda neste programa a deputada Isabel Moreira, ex-ministra Constança Urbano de Sousa, a atriz e dramaturga Cláudia Lucas Chéu, a especialista em imagem Adelaide Nunes. A peça é assinada pela jornalista Sandra Vindeirinho.

A emissão completa: https://www.rtp.pt/play/p11145/linha-da-frente

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