O estudo “Padrões de consumo de desinformação em Portugal e Espanha”, realizado pelas equipas IBERIFIER, coordenadas pela Universidade de Navarra, Espanha, e pelo ISCTE – IUL, em Portugal, indica que são as faixas mais jovens que revelam maior afastamento das notícias e, em particular, os menos instruídos, e que estas condições podem estar a contribuir para a polarização da sociedade. O relatório conclui que a desinformação é um fenómeno composto por múltiplas dimensões e que por isso precisa de uma intervenção multidisciplinar. A sua mitigação implica conjugar atuações e agentes, de atores da sociedade civil, a legisladores, partidos políticos, governos e forças de segurança.
A análise dos investigadores IBERIFIER destaca que para uma elevada percentagem de jovens não é o jornalismo nem as notícias a solução para os problemas da desinformação. É na faixa entre os 18 e os 24 anos que esta proporção é mais baixa.
É também entre os mais jovens, e em particular entre os mais pobres e menos instruídos, que os comportamentos negativos em torno das notícias, como o evitar ativo de notícias e a perda de interesse, é maior. Os investigadores consideram que este aspeto em particular tem um impacto no potencial crescimento da polarização em ambos os países.
No que diz respeito a Portugal em particular, apesar da polarização ser historicamente baixa e de haver ausência de campanhas de desinformação intencionais, deliberadas e generalizadas, há razões para preocupação devido a um cenário de redes sociais dominado por pequenos partidos mais radicalizados que podem adotar estratégias de longo alcance baseadas na desinformação.
O relatório completo: https://iberifier.eu/2024/05/15/iberifier-reports-disinformation-consumption-patterns-in-spain-and-portugal/