O próximo livro de Gustavo Cardoso acrescenta um contributo à análise do fenómeno comunicativo. No seu entender, a mediação assume-se como padrão no ato comunicativo e o ato comunicativo, por sua vez, desenrola-se em função do que o outro já, previamente, comunicou. O título da obra, “A Comunicação da Comunicação”, inspira-se numa frase proferida pelo historiador Umberto Eco. O subtítulo, em letras mais pequenas, evoca a frase do visionário Marshall McLuhan “O meio é a mensagem”. Cardoso propõe agora: “As pessoas são a mensagem”.
“Nas palavras de Umberto Eco”, refere Gustavo Cardoso, “a comunicação da comunicação é um fenómeno novíssimo. Mas também é um fenómeno tradicional na comunicação interpessoal, tipificando quando alguém conta algo a outra pessoa, a qual, por sua vez, conta ao seguinte e por aí adiante”. A novidade, sublinha na introdução à obra, editada pela Mundos Sociais, reside no facto de a comunicação hoje ser maioritariamente mediada. Cardoso tem dedicado a sua carreira ao estudo do impacto da internet nos novos modelos de comunicação e na sociedade.
O livro do coordenador do projeto IBERIFIER está dividido em três grandes capítulos: A mediação algorítmica nos ecrãs; a comunicação em rede, e a cultura mediatizada. No primeiro, destacam-se os temas “o meio não é a mensagem” e a “sociologia da mediação algorítmica”. Na segunda parte, analisam-se a crise comunicacional, a “novelização” noticiosa, e populismo comunicacional, entre outros. O último capítulo explora as questões das pessoas, mensagem e cultura; partilha, produção e classificação da experiência. O livro estará disponível em breve no site da editora Mundos Sociais e o seu lançamento ocorrerá no início de 2023.