As comemorações oficiais do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, assinalado a três de maio, realizadas na cidade da Praia, em Cabo Verde, contaram com a presença de Miguel Crespo. O investigador do projeto IBERIFIER aproveitou as referências ao Atlântico, proferidas em painel anterior, para comparar o problema da desinformação com o da poluição no mar. “Pode ser comparável à poluição dos oceanos, a desinformação é hoje como a poluição para o jornalismo”.
“Moldar um Futuro de Direitos – Liberdade de expressão como motor de todos os outros direitos humanos”, o nome da conferência, organizada pela Associação dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC), contou com a presença do secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, Lourenço Lopes, embaixador português em Cabo Verde, Paulo Lourenço, o embaixador dos Estados Unidos da América, Jeff Daigle, e a embaixadora da União Europeia (UE) em Cabo Verde, Carla Grijó, entre outros. https://www.facebook.com/jornalistascaboverdeajoc/videos/1388398688608133?locale=pt_BR
Nos dias quatro e cinco de maio, Miguel Crespo lecionou dois “Masterclass: Fake News e Fact Checking. Os desafios do jornalismo nas plataformas digitais”: um em Assomada e outro na Praia (ver cartaz).
Este conjunto de iniciativas aconteceram a convite da AJOC e com o apoio da representação da União Europeia em Cabo Verde. Miguel Crespo esteve no Palácio da Presidência, na Assembleia Nacional e realizou depois um périplo por universidades – Universidade de Santiago, na Assomada, Universidade de Cabo Verde e Instituto Superior de Ciências Económicas e Empresariais, na Praia – em representação do IBERIFIER – Observatório Ibérico dos Media Digitais e da Desinformação.
A metáfora da poluição foi explicada na parte inicial da sua apresentação no dia Mundial da Liberdade de Imprensa, recorrendo a autores como Claire Wardle. “Do ponto de vista da informação, a poluição é exatamente igual à desinformação”, referiu. “Tudo o que é hoje comunicação não jornalística é para o jornalismo um problema quando essa comunicação é desinformação”, declarou. E o primeiro problema, no ponto de vista do cidadãos, é reconhecê-la.
Miguel Crespo apresentou alguns exemplos, que fez acompanhar de alguns alertas. Quando há promessas que resolvem problemas no momento, devemos desconfiar”. A análise da linguagem e das intenções pode ajudar a desmontar esse tipo de conteúdo, disse. Se essas peças mascaradas de notícias usam muitos adjetivos ou oferecem uma resposta fácil, resolvem todos os nossos problemas, desconfie, recomendou.
Para o investigador, especialista em novos média, a desinformação influencia a forma não só como cada um age no seu dia a dia como a própria estabilidade democrática. “Quando os partidos políticos ou grupos políticos se opõem uns aos outros e utilizam a desinformação para fazer a oposição, isso tem consequência em todas as instituições”.
A sessão terminou com a explicação de que o “problema da desinformação não se resolve por decreto”, como sublinhou. “Não é um alvo fácil, não vem de um só sítio”, disse. Os sistemas automáticos podem evitar uma parte, a verificação a posterior também, referiu, mas a melhor forma é ensinar estes jovens – e dirigiu-se para a plateia – a lidar com o fenómeno.
Este conjunto de iniciativas aconteceram a convite da AJOC e com o apoio da representação da União Europeia em Cabo Verde. Comecei pelo Palácio da Presidência, fui até à Assembleia Nacional e depois seguiu-se um périplo por universidades (Universidade de Santiago, na Assomada, Universidade de Cabo Verde e Instituto Superior de Ciências Económicas e Empresariais, na Praia), em representação do IBERIFIER – Observatório Ibérico dos Media Digitais e da Desinformação.