Miguel Poiares Maduro, professor do Instituto Universitário Europeu de Florença, ex-governante, presidente do Conselho Consultivo do European Digital Media Observatory, EDMO, de que faz parte o IBERIFIER, explicou a importância de combater a desinformação e em simultâneo a dificuldade que se coloca à possibilidade de determinar a verdade.
“Sem verdade não existe democracia, mas se nós formamos as nossas opiniões tendo por base factos falsos, as nossas opiniões não refletem genuinamente o que é a nossa vontade e as nossas preferências políticas”, declarou, em resposta a Sofia Ferro Santos, professora da pós-graduação em Assessoria de Comunicação e Política, que conjuntamente com Gustavo Cardoso, coordenador do projeto IBERIFIER em Portugal, conduziu a sessão de 18 de abril de “Conversas sobre Comunicação e Política”.
Esse exercício – contrariar a desinformação – não pode realizar-se, porém, de uma forma que determine a verdade em modelo autoritário. E essa é a dificuldade, sublinhou o convidado.
Miguel Poiares Maduro explicou ainda como é que a transformação do digital colocou em causa a credibilidade das fontes tradicionais, consideradas uma referência na hora de diferenciar o verdadeiro e o falso, porque considera que os políticos no ativo não deviam ser comentadores políticos e como entende os aspetos positivos e negativos associados ao crescendo de comentadores nas televisões. Nota, nomeadamente, a presença de uma nova geração nas antenas televisivas mas também tempo excessivo de comentário, que justifica por ficar mais barato, para as empresas de comunicação, do que produzir jornalismo.
Esta foi a quarta sessão do ciclo de conferências organizado pela pós-graduação “Assessoria de Comunicação e Política”. Estão previstas oito sessões. A próxima convidada será Catarina Martins, do Bloco de Esquerda.